O Territórios de Iniciação Científica é um programa da Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais (SEE) criado em 2017 e que visa a interação entre a educação básica e o ensino superior. A proposta é transformar a realidade dos estudantes em objetos de pesquisa. Agora, o Sebrae tem articulado, junto à Secretarias envolvidas no projeto, a inclusão da Literatura nesse programa.
Segundo Lucas Amorim, diretor do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas, da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, a ideia é que seja produzida uma nova comunicação literária junto aos estudantes, reunindo a produção de alunos de diferentes escolas dentro do Estado. A ação terá um caráter transversal e envolverá as Secretarias de Educação, Cultura e Turismo do Estado, com o intuito de descentralizar a produção literária em Minas.
Além dos territórios, a parceria entre o governo e Sebrae prevê o recadastramento de bibliotecas na rede do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas. Minas Gerais é o Estado com maior concentração de bibliotecas públicas e comunitárias do país: são 880 unidades distribuídas pelos 853 municípios. Entretanto, essa distribuição não é uniforme, e há um grande número de cidades que não tem uma biblioteca, enquanto outros municípios chegam a ter dez unidades.
Com o recadastramento será possível entender e diagnosticar a situação das bibliotecas no cenário de pós-pandemia. O trabalho também resultará na criação de uma rede de bibliotecas nos territórios considerando as doze mesorregiões de Minas Gerais.
O fio condutor dessas propostas é a ampliação da capilaridade da literatura no Estado. Lucas explica que a motivação para realização desses projetos é a Política Estadual do Livro. A legislação, vigente desde 2009, prevê ações como a Semana Estadual do Incentivo de Literatura. Entretanto, muitas ações não têm visibilidade e é isso que o programa tem como objetivo mudar: “queremos entender o que o Estado está fazendo para cumprir essa legislação”, diz Lucas.
O segundo ponto que motiva a realização dos projetos é a necessidade do estímulo ao mercado editorial mineiro. O diretor lembra que, durante a pandemia, as áreas de artes e literatura foram diretamente impactadas, com o fechamento de bibliotecas e isso gera um cenário que precisa ser revertido.
“Como a gente teve notícias de que algumas bibliotecas foram fechadas durante o período de pandemia, sentimos a necessidade de criar um programa estruturador da literatura pensando no fortalecimento desses espaços de leitura. Mas além dessa atuação do poder público, queremos, com o programa, incluir toda uma cadeia produtiva que vai desde o escritor até o lojista que está vendendo livro, passando pelo designer, pela pessoa da gráfica, pelo revisor e por tantos outros profissionais”, finaliza.